A reestruturação da Rede de Urgências e o fim da Maternidade de Chaves, não apareceu de repente por acção e graça do Divino Espírito Santo. Começou no ano de 1996.
Historial
1996 – Plano de Reestruturação das Urgências.
2001 – Rede de Referenciação de Urgência/Emergência.
2002 – Despacho 11/2002 –Define o Serviço de Urgência.
2005/6 – Parecer da Direcção Geral de Saúde.
2005/6 – Pareceres das Administrações Regionais de Saúde.
2006 – Parecer da Comissão Técnica.
2006 – Proposta de revisão da Rede de Urgências.
Proposta da Rede de Serviços de Urgência – Documento para Audição Publica intensamente participado desde a apresentação da primeira versão da proposta, em Setembro de 2006, tendo sido objecto de apreciação por um número elevado de Autarquias, Instituições, Partidos Políticos e Cidadãos.
A Comissão Técnica iniciou os seus trabalhos em Julho de 2006 e em Setembro de 2006, apresentou a sua Proposta de Rede de Serviços de Urgência. Relativamente a esta realizou-se uma audição pública durante os meses de Outubro e Novembro de 2006, da qual resultou o actual Relatório/Proposta Final da Rede de Serviços de Urgência.
Durante estes anos o que andou a fazer o Município de Chaves?
Lamentavelmente em vez de defenderem os interesses da Autarquia ou prestigiarem o órgão autárquico a que pertencem, os autarcas andavam entretidos na destruição da memória colectiva dos Flavienses; elaboração de Projectos e ante-projectos, que nunca foram executados; assinatura de protocolos e mais protocolos sem interesse; a posar para o boneco, em todo sitio onde aparecia a comunicação Social; a gabar-se de que tinham os melhores chouriços, pastéis e folar do mundo.
O verdadeiro sistema, o conjunto de indivíduos que detiveram o poder, nestes últimos anos, usaram-no de forma consertada de modo a alargarem a sua base de poder e obterem os dividendos desse mesmo poder.
Na Assembleia Municipal de Chaves realizada em Setembro de 2006, o Dr. Manuel Cunha da CDU alertou para o perigo que se avizinhava. Apresentou uma proposta contra a integração do Hospital de Chaves no novo Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, com sede em Vila Real, a partir de 1 de Janeiro de 2007.
A proposta foi rejeitada com 2 votos a favor da CDU, 5 contra do PSD e os restantes elementos do PS e PSD a absterem-se.
Não estando o processo terminado, nem havendo uma decisão sobre as valências que permanecerão no Hospital Distrital de Chaves, a integração do Hospital Distrital de Chaves no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, que estava agendada para o dia 1 de Janeiro de 2007, foi entretanto adiada.
A deputada Paula Barros referiu na ocasião: “A permanência da Urgência Médico-Cirúrgica é fundamental para o Hospital de Chaves, pelo que tudo farei para que tal aconteça”.
No dia 2 de Fevereiro de 2007 foi tornado publico o relatório final da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências que estudou a reorganização dos pontos de rede a considerar na Rede das Urgências em Portugal.
De acordo com esse relatório o Serviço de Urgências do Hospital Distrital de Chaves (HDC) seria desclassificado, cessando a actual categoria de Serviço de Urgência Médico-cirúrgica (SUMC) para passar a categoria de Serviço de Urgência Básico (SUB), (dois médicos e dois enfermeiros), o nível mais baixo em termos de serviço de urgências, o que provocaria a perda de valências e de serviços.
Ao contrário dos resultados preliminares do estudo, o trabalho final, tornado público, apontava para a desqualificação da urgência do Hospital de Chaves, assim que estivessem concluídas as acessibilidades (que embora não estivesse especificado se presumia que seria a conclusão da A24, prevista para Julho desse ano).
O rastilho estava ateado.
A possibilidade de o Hospital de Chaves ver o actual serviço de Urgência Médico-cirúrgica transformado numa Urgência Básica, se o ministro acolhe-se a proposta da comissão técnica que esteve a trabalhar sobre a reordenação da rede de urgências, provocou uma onda de indignação:
A deputada à AR, eleita por Vila Real, Paula Barros, convocou os meios de comunicação da região e anunciou que já tinha pedido uma reunião com o ministro da Saúde, no sentido de o “sensibilizar” para a necessidade de manter a actual classificação, tendo em conta a “realidade específica da região”.
O PS de Chaves também chamou os jornalistas. Em frente ao serviço de Urgências do Hospital, ameaçaram demitir-se de todos os cargos para que foram eleitos, caso o ministro acolhe-se a decisão dos técnicos.
Um dia depois da enérgica tomada de posição do PS, os autarcas do Alto Tâmega e Barroso mostrarem, em conjunto, e perante os jornalistas, a sua indignação face à proposta.
No dia 13 de Fevereiro de 2007 a Comissão Concelhia de Chaves do Partido Comunista Português, emite um comunicado.
Os profissionais do serviço de Urgências do Hospital de Chaves também mostraram a sua indignação, sobretudo, por causa da passividade política, que acusam de reacções tardias.
“Já há muito tempo que as estávamos a perder valências. Era, nessa altura, que se deveria ter aberto os olhos, tanto a população, como as entidades,” frisou o Enfermeiro Rui Carvalho. deixando um forte “recado” a todos quantos ocupavam cargos políticos: “Os políticos e todos quantos ocupam cargos políticos, nesta cidade e na região, se tanto querem lutar pelo hospital que se demitam de funções”.
O enfermeiro não ficou por aqui e apontou o dedo aos que, na sua opinião, têm grandes responsabilidades em tudo o que tem acontecido “Deixo o alerta às pessoas que governaram este hospital: metam a mão na consciência pelo que foi feito e o porquê de se estar a perder valências, dia após dia. Primeiro foi o Otorrino que se perdeu, depois a Orologia, de seguida a Cardiologia e a Pediatria só funciona aos dias de semana. Porque será que isto está acontecer?”
O Enfermeiro Jorge Cunha comungou da mesma opinião do seu colega, mas, ao contrário daquele, não se mostrou surpreendido. “Sinceramente, não me surpreende, pois, por parte do poder político do Alto Tâmega, nunca vi tomar posições e só depois das decisões terem sido tomadas é que se lembraram.
Se os políticos foram eleitos pelo povo para defenderem os seus interesses estava na altura de o fazerem”.
Governador Civil apelou à calma
Nessa altura ainda ninguém falava ou se preocupava com o Encerramento da Maternidade do Hospital Distrital de Chaves.
Sem comentários:
Enviar um comentário