segunda-feira, 31 de março de 2008

Dia Nacional dos Centros Históricos

Autarquia não quis comemorar.

No dia 28 de Março, comemorou-se o Dia Nacional dos Centros Históricos, instituído em 1993, num convénio celebrado entre o Governo e a Associação Portuguesa de Municípios com Centro Histórico.
Esta Associação tem como patrono Alexandre Herculano, que foi o primeiro intelectual português a estudar e a reflectir sobre a importância dos centros históricos, para a preservação da coesão social e para a manutenção da identidade das terras.

Considerando que o “Centro Histórico” da Cidade de Chaves é constituído por um património edificado, desde monumentos de grande significado histórico e evidente valor artístico a casas e ruas com uma matriz cultural própria, que é importante preservar conhecer e divulgar, era de esperar que a Autarquia tivesse comemorado esta efeméride.

Quem consultou a “Agenda de Eventos” do folheto denominado “Chaves viva” deduziu que em Chaves não havia nada a comemorar, a não ser o “Dia da Unidade do Regimento de Infantaria N.º 19” e o Filme “O sonho de Cassandra” a exibir no Cine Teatro Bento Martins. Fingiram que o centro histórico não existe na cidade de Chaves.

Não houve slogans! O marketing morre na “Festimage" dos amigos e no anúncio de números extraordinários de visitantes a pseudo Feiras e Mercadozinhos.

Será, como justificam as entidades autárquicas, apenas por inércia dos seus habitantes? Ou será porque nunca houve um efectivo (e afectivo) esforço com a cidade Flaviense, em respeito pela sua identidade?

Na verdade, é essencial lembrar ás identidades Autárquicas, a necessidade de exaltar o que é intrinsecamente da população Flaviense, não só para conhecimento dos turista, mas também e especialmente para auto-estima e percepção dos habitantes que têm nos seus centros históricos a génese das suas raízes.

Nunca é demais realçar a ligação telúrica que cada Flaviense tem com o local onde nasceu, viveu momentos do seu despertar ou do seu crescimento interior, e onde também predominam as memórias que nos acompanham durante a vida.
O “centro histórico” de Chaves, apesar do vandalismo sofrido, por parte da Autarquia, ainda evidencia uma envolvência urbanística equilibrada, uma riqueza e uma diversidade arquitectónicas verdadeiramente ímpares e uma história artística de reconhecida importância.
No entanto, tal só acontece se conservarmos esses locais, preservando-os quando necessitam, deixando-os permanecer como símbolos de épocas que nos precederam e, portanto, fazendo parte da nossa História comum.

Veja-se não só as intervenções em toda a urbe, Largo de Camões, Praça da Republica, Zona das Termas, mas também, por exemplo, no chamado “arranjo urbanístico” do “Jardim das Freiras” e “Arrabalde”…

Jardim das Freiras – com Belíssima Calçada Portuguesa
Destruido



Actual - Largo General Silveira


Estado do Piso Actual – Sujo e Deteriorado


Ficaram absolutamente descaracterizados e violados por projectos, materiais e formas discrepantes, ao gosto das modas do momento que apenas repugnam os Flavienses na sua memória identificativa e repelem os desejados visitantes, por os tornarem vulgares e desfeados.



Largo de Camões

Na cidade de Chaves, os testemunhos da História constituem ainda expectativa de uma valorização económica local, já que o potencial monumental contribuiria para uma crescente atracção turística que, devidamente aproveitada, traria certamente maior bem-estar aos que aqui residem.

Outras vezes, com o argumento do desenvolvimento - que nunca chegará por essa via - na conivência com projectos particulares, os centros históricos ficam sujeitos a implantes lesivos, por autarcas para quem a alma do lugar é apenas um pedaço de terreno onde os laços que cada um de nós tem com o ambiente não passam de sentimentalismos pacóvios.

A Autarquia Flaviense não poder ser, somente “UM TERRITÓRIO DE OPORTUNIDADES” para João Batista e a sua família politica, como tem sido nestes últimos seis anos.

Apesar da degradação.
O Centro Histórico ainda é o cartão de visita de Chaves.

Os, turistas passeiam pelas ruas e ruelas de Chaves, com a máquina fotográfica na mão, olham a Ponte Romana as Igrejas Matriz e da Misericórdia... Para eles o centro histórico é a verdadeira Chaves: um encontro entre o cinzento das ruas estreitas e a luz dos espaços das suas praças e os poucos espaços ajardinados ainda existentes.


Assim era a Praça da Republica

Por estas razões, o centro histórico estabelece a meta consistente na criação de um tipo de urbe onde a qualidade de vida seja proporcionada num ambiente histórico e cultural que dignifique a ética do passado e mereça inequivocamente a esperança do futuro, para corresponder à filosofia e à valorização patrimonial preconizadas por Alexandre Herculano.

Por tudo isto, e muito mais, o Dia Nacional dos Centros Históricos, que não se comemorou em Chaves, deve ser aproveitado não apenas para reflexão sobre os locais históricos, mas sobretudo para uma consciencialização exigente junto de todos os Flavienses, não deixando intervir sem o conhecimento público naquilo que apenas lhes está confiado por um mandato político temporário.

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