Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a todos os Flavienses e Amigos
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
sábado, 27 de setembro de 2008
Cine Teatro de Chaves
Ex-Alunos da Escola Dr. Júlio Martins
“LA YENKA” – Dança da moda, nesse ano, incluída na “Representação de Teatro” dos Finalistas da Escola Comercial e Industrial de Chaves (Escola Dr. Júlio Martins).
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sábado, 20 de setembro de 2008
UM HOMEM DEITADO NO CHÃO
Do chão se fez um colchão, das suas angústias, um sonho em vão... enquanto por ti passa tanta gente, apenas a ver um mendigo deitado no chão.
O vinho dá ao corpo algo com que se sustentar e se aquecer, deitado no chão, confundido com a calçada da Ponte Romana, embriagado pelo álcool, o mendigo não se limita apenas a alguém que define sua privação de um domicílio fixo, é também aquele cujo único domicílio fixo é o corpo vivido como maldição.
Falsos, momentâneos gostos
Há neste mundo mesquinho:
Mas no Céu há bens sem conto...
Pergunta o bêbado: - "E vinho?"
(Bocage)
POR QUE EXISTEM OS MENDIGOS?
A questão de mendicante aparece com a divisão da sociedade entre pobres e ricos. Com o aumento desse diferencial, os pobres vão à miséria e os ricos ficam cada vez mais ricos; aí, levanta-se o estigma entre o vestido, asseado, e o que está sujo e fedorento, que provoca a sensibilidade do sentimento, e a repulsa daquele que não quer sentir o mau cheiro.
A princípio, o surgimento dos mendigos advém de coisas simples, isto é, pessoas pobres que não têm como se alimentar; não acham outro meio se não pedir, proporcionando condições para que aquele ser humano pudesse saciar a sua fome, ou procurar os meios de sobrevivência, isto é, uma actividade qualquer para executar.
A sobrevivência do mendigo é muito difícil, porque ele é pobre, muitas vezes cheira mal, não tem o que comer e vive a pedir para poder passar mais alguns momentos sobre a terra. Sai pela manhã, a pedir pão, roupa velha, comida em geral, e principalmente alguma moeda que vai servir para tomar um copo de vinho ou uma dose de cachaça na taberna da esquina e de copo em copo, fica bêbado, aumentando ainda mais o estigma daqueles que detestam mendigos.
Mas, porque surge o mendigo? Será a preguiça como diz o bem empregado? Será a fuga do campo, que não consegue colocação em um emprego digno, mesmo desqualificado? Será o desemprego? Será a distribuição de rendimentos, que exclui do mercado de trabalho, aqueles de idade avançada? Será a extensão da crise financeira internacional?
Estas e outras perguntas fazem parte das inquietações que deixa a sociedade apavorada e que traz o Mundo atarantado.
O agravamento das prestações mensais, pagas pelos empréstimos pedidos, para o crédito a habitação, não para de subir. A taxa de juro tem atingido os valores mais altos de sempre. E isso dói, como se sabe.
Ao se fazer uma meditação sobre essas patologias, é que pensei em detalhar um pouco mais a situação dos mendigos, que aumentam em Chaves, constituindo um problema de distribuição de rendimentos e desprezo aos mais carentes.
Há razão para se ter medo e deixar a sociedade apavorada, devido à insegurança que as famílias enfrentam nos dias de hoje, cujos exemplos e correlações não têm dado conta de uma situação tão difícil que se vive na actualidade e a miséria, encapotada, que já se vive em algumas famílias do Concelho de Chaves.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Cadeia Comarcã de Chaves – 1962
1925 – Foi instalada a Cadeia civil (Comarcã) de Chaves no Forte de São Neutel.
1962 – Chaves, antiga Cadeia para homens existente no interior do Forte de São Neutel.
Durante a festa da “Senhora das Brotas”, os presos da cadeia recebiam mantimentos e tabaco através de pequenos recipientes suspensos em cordas, que faziam chegar ao exterior da cadeia.
Antiga casa da guarda do Forte de São Neutel que foi adaptada em 1929 para servir como Cadeia de mulheres.
1964, 30 Março – Foi proposto o “apeamento” do edifício que serviu de cadeia comarcã, existente no interior de Forte de São Neutel, sendo a pedra aproveitada nas obras de recuperação do Forte de São Francisco e do muro de suporte do Largo da Lapa.
1964, 22 Julho – A Direcção do Serviço de Fortificações e Obras Militares informou a DGEMN que não havia inconveniente na demolição da cadeia existente no interior do forte.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Chaves, o Rio, as Poldras e a Ponte Pedonal
Reflexos de duas épocas.
Passagens, exclusivamente, pedonais no Rio Tâmega.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Azenha do Agapito
Rio Tâmega década dos anos 50. Azenha com rodas verticais.
“Azenha do Agapito” é o nome pelo qual os Flavienses conhecem a azenha que, durante muitos anos, forneceu energia eléctrica à vila de Chaves.
Foi a família dos chamados «Agapitos» que a instalou no Rio Tâmega, já perto de Curalha.
Com o Programa Polis, a Azenha do Agapito, devia ser restaurada, retomando uma nova fase da sua vida, não com intuitos saudosistas, mas, muito pelo contrário, integrando o novo Parque da Cidade, com o objectivo de mostrar aos mais novos como foi possível e desejável o aproveitamento de uma fonte de energia não poluente, gratuita e inesgotável.
domingo, 7 de setembro de 2008
Nova Ponte Pedonal
Ponte Pedonal “atirantada” – Chaves
Ponte pedonal cuja construção segue em bom ritmo.
A ponte vai permitir a circulação a pé, (de bicicleta?) e a utilização por utentes de mobilidade reduzida, pela existência de rampas além do acesso por escadaria.
A obra pode ser caracterizada por um tabuleiro suspenso por dois tirantes metálicos desde o centro do tabuleiro, que é constituído por 3 elementos pré-fabricados, até ao mastro inclinado, composto por dois elementos que configuram o sistema de amarração.
As duas armações (pilares) em ferro que se encontram no leito do rio, serviram apenas para suporte e montagem das três secções do tabuleiro metálico.
Com a colocação dos tirantes de suporte, o tabuleiro metálico deixou de estar assente sobre os mesmos. Serão retiradas brevemente.
Do tabuleiro, da Ponte Pedonal, podemos enxergar uma inovadora visão da Ponte Romana de Trajano.
domingo, 24 de agosto de 2008
Cartaz do Dia
Um Conselho ao Município do Concelho de Chaves
O Conterrâneo Carlos Alves faz uma pergunta, sobre o “Cartaz” colocado na entrada da Ponte Romana de Trajano, que «O Flaviense» endossa para o Município .
Foi a Câmara que escreveu ou pediram aos de Lisboa?”
De qualquer modo, “O Flaviense” dá um “Conselho” à ENTIDADE RESPONSÁVEL: Município do Concelho de Chaves.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Depois de XIX Séculos, finalmente Pedonal
Ponte Romana de Chaves destinada apenas a peões
A “corajosa” decisão está tomada. A Ponte Romana vai ficar sem trânsito.
Em conferência de imprensa, o presidente da Câmara de Chaves, João Batista, anunciou, hoje dia 19 de Agosto de 2008, que a Ponte Romana de Chaves será exclusivamente destinada a peões.
O parecer solicitado ao Ministério da Cultura pela autarquia também aconselhou a Pedonalização da Ponte Romana de Trajano, tendo em conta a "elevada qualidade arquitectónica e patrimonial" e para "melhor ser usufruída, a exemplo de outros monumentos semelhantes existentes na Europa".
Os factores que mais pesaram na decisão da autarquia para encerrar a Ponte Romana ao trânsito foram «fundamentalmente» questões de segurança.
João Batista, explicou as razoes que o levaram a tomar esta decisão.
Fragilidade essa que, segundo o autarca, poderá ser minimizada "se não houver vibrações derivadas do trânsito automóvel".
Além disso, João Batista revelou que a irregularidade da base do piso da Ponte, "não prevista antes da obra", faz com que a capacidade de carga do piso seja menor. «Ao retirarmos as conduta de água e substituirmos as condutas de saneamento, existentes na Ponte Romana desde o inicio do século XX, viemos a verificar que quando da sua colocação, houve uma intervenção que feriu a estrutura fundamental dos arcos da ponte, sobretudo na margem direita, já fora do leito do rio».
João Baptista acrescentou que «verificada essa fragilidade, em função de não querer aumentar essa fragilidade», foi decidida a «não utilização do trânsito automóvel na ponte».
A «Fragilidade» e «Anomalias observadas» já tinham sido postas em destaque, no dia 24 de Junho, por este “Blog”, no artigo «Ponte Romana – que futuro?», que alertava para «O risco de Colapso da Ponte Romana ser elevado».
Celebro, que a minha chamada de atenção, tenha sido tida em conta, pelos serviços técnicos da autarquia.
A intervenção na Ponte Romana, segundo João Batista, custou 315 mil euros, e consistiu na retirada da conduta de água que estava presa na estrutura, na colocação de um novo lajeamento e colocação de novo mobiliário urbano como floreiras e pilares de condicionamento do trânsito.
De acordo com João Batista, na reunião de câmara da próxima quinta-feira o executivo vai apresentar uma alternativa à ponte, para ligar o centro histórico à zona da Madalena, a qual passa pela construção de dois arruamentos entre a rotunda do “Rajado” e o centro do Bairro da Madalena.
Manter a Ponte Romana rodoviária seria um Erro Histórico!
Estamos todos de Parabéns.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Construção da Ponte Pedonal em Chaves.
Ponte pedonal sobre o Tâmega
Esta a decorrer a construção da Ponte Pedonal sobre o Tâmega, que atravessa a cidade de Chaves. A sua construção, foi entregue ao consórcio formado pelas empresas “Arlindo Correia & Filhos, S.A e Avelino Farinha & Agrela, S.A”, por cerca de 938 mil euros, prevendo-se a sua execução no prazo de oito meses.
A Ponte Pedonal (P) sobre o Rio Tâmega, que fica localizada a 260 metros a jusante da Ponte Romana (R), é financiada pelo Polis, através do Programa Operacional Ambiente, e pretende estabelecer a ligação entre o Jardim do Tabolado, na margem direita do rio Tâmega, com a futura zona verde marginal da Madalena, na margem esquerda, área poente do Jardim Público.
“Esta obra, segundo o autarca João Baptista, proporcionará a aproximação dos residentes da margem direita e esquerda da nossa cidade, criando assim mais convívio e dinamizando também o Jardim Público”.
Conforme assegura o “Comunicado” da direcção da ACISAT, proveniente da reunião realizada no dia 30 de Julho de 2008, “Também a construção da ponte pedonal, a cerca de 100 metros a jusante da ponte Romana, será um valioso contributo para a utilização racional da Ponte Romana como elemento privilegiado de ligação do centro urbano de Chaves”.
Contrarias são as opiniões dos habitantes de Chaves, ao afirmar que esta “Ponte Pedonal” irá ter um efeito de “desvitalização”, retirando pessoas do Bairro da Madalena, ao proporcionar um considerável “atalho” entre o Centro da Cidade e o Supermercado “E.Leclerc”, que se verá beneficiado, em detrimento do pequeno Comercio .
Este efeito de “desvitalização” será particularmente mais acentuado com o perigo que suporá a passagem de peões, através da Ponte Romana, se esta passar a ter trânsito automóvel.
Pelos vistos, este facto, não parece preocupar a “ACISAT”, ultimamente, tão preocupada em “defender” os interesses do Comércio local.
O projecto de recuperação das margens do Tâmega, em Chaves, que ficarão ligadas com a nova Ponte Pedonal (B), só deverá ficar concluído em finais de 2008, mais de dois anos depois do previsto.
A obra integra o Programa Polis de Chaves que foi lançada em Janeiro de 2002, pelo então ministro do Ambiente, José Sócrates. As previsões iniciais apontavam para que o projecto estivesse concluído em Junho de 2006.
Com um orçamento inicial de 25 milhões de euros, o “Polis de Chaves” foi "reajustado" e o investimento desceu para 20 milhões, o que levou a que vários projectos fossem retirados do programa.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
“O FLAVIENSE” Noutras Publicações
O "Boletim Municipal" N.º 33 do Município de Chaves – Agosto de 2008, para ilustrar a Noticia “Homenagem a Humberto Delgado” da página 5, Pescou a Fotografia de “O Flaviense”. [link]
O “LAI LAI LÁI LAI LAI” passou a constar da lista de “Blogs Amigos”.
Férias
«O Flaviense» esteve de férias. Andou por aí, gozando um merecido descanso.
Agradeço ao “Blog Chaves” o convite que me foi feito para estar presente no “tradicional encontro/convívio de blogues”.
De volta ao trabalho, irei reiniciar a publicação de alguns artigos que ficaram por divulgar, mas que mantém toda a actualidade.
O “Eiras – Chaves” passou a constar da lista de “Blogs Amigos”.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Pintura ao Ar Livre
Dia 20 de Julho (domingo), terá lugar em Vilas Boas – Vidago (aldeia situada a 12 km de Chaves), as II Jornadas Culturais – “PINTURA AO AR LIVRE”.
Como na edição do passado ano, a “Tamagani - Associação de Artistas Plásticos do Alto Tâmega e Val de Monterrei” em colaboração com a “Associação Desportiva e Cultural dos Amigos de Vilas Boas”, organizam este original evento que este ano contempla a atribuição de prémios para os Artistas Plásticos participantes e que vão pintar a aldeia e os seus habitantes.
Participarão no “Prémio de Pintura ao Ar Livre”, Artistas Plásticos residentes em Portugal e na Galiza.
As obras a criar terão como referência temática a Aldeia de Vilas Boas e os seus habitantes.
«A “Tamagani”, nasceu para defender, promover, divulgar e valorizar os interesses colectivos, profissionais e culturais dos Artistas Plásticos do Alto Tâmega e Val de Monterrei. »
domingo, 13 de julho de 2008
O Temeroso Referendo Local Flaviense
A "polémica" sobre o “Referendo” e o "Estado da Ponte Romana de Trajano", na última Assembleia Municipal, exibiu involuntariamente o município como ele é: a pobreza intelectual, a mesquinhez da deliberação, a barbaridade política da coligação PSD/PCP (CDU).
A maioria PSD/PCP chumbou, sem apelo nem agravo, a proposta de realização do “Referendo local”, impedindo os Flavienses de se pronunciar sobre a “Pedonalização da Ponte Romana de Trajano”. Perderam uma grande oportunidade para demonstrar que não têm medo da voz do Povo e revelaram falta de maturidade democrática.
Percebendo-se a envolvência estrutural dos partidos, que desacreditam a politica porque agem sempre em função da estratégia partidária mesmo que em detrimento dos interesses das populações, não podemos ser ingénuos, politicamente falando, e "engolir o isco" do ardiloso jogo de conveniências.
Pergunta-se ao PSD e ao PCP/CDU se ouviram os seus eleitores?
Quem tem medo de referendos locais?
Segundo o art.º 240.º da Constituição, as "autarquias locais podem submeter a referendo dos respectivos cidadãos eleitores matérias incluídas nas competências dos seus órgãos (...)".
Vital Moreira, propugnou a instituição de situações de referendo obrigatório quanto a decisões de mais marcante relevância, como a relativa à aprovação dos planos directores municipais ou de “…certas grandes decisões e obras de maior impacto local…”, parecendo querer aqui abranger os por vezes questionados “POLIS”.
Há símbolos em Chaves que transcendem o mero significado patrimonial e financeiro para os seus cidadãos. São emblemas da alma local, evocações permanentes de memórias colectivas, cujo destino deve acrescentar e não subtrair à identidade dos locais e das populações.
É o caso da Ponte Romana de Trajano. Por isso parece que a melhor maneira de assegurar essa continuidade seria dar a voz aos cidadãos.
É evidente que a Câmara Municipal não actuou no devido tempo e com os poderes que lhe são conferidos pela legislação, porque não lhe interessou politicamente.
Descrê da efectiva capacidade de o cidadão comum intervir directa e independentemente, não sujeito a quaisquer grupos de pressão, designadamente no limitado âmbito local, na governação da sua comunidade.
Não ao Referendo Popular, não vá o diabo tecê-las. Seja como for, o Partido Comunista (CDU), partido tão progressista, ao contrário do que reclama em outras circunstâncias e matérias, parece não querer que se toque no assunto.
Face à inércia de quem tem poderes para tal, importou ajudar os nossos políticos locais no sentido de tomarem as diligências necessárias para que as boas intenções passem a actos.
Sob iniciativa popular, que não por efeito de acto administrativo das próprias autoridades autárquicas, fê-lo um grupo de Flavienses, constituído em parte pela blogosfera flaviense aderente.
No passado dia 8 de Julho (feriado Municipal), terminou a “SONDAGEM”, feita através da Internet, em que era feita a seguinte Pergunta:
Concorda que a Ponte Romana passe a ter utilização unicamente pedonal?
O Nível de participação foi elevado, com o Total de 5.085 Votos assim repartidos:
Os resultados foram suficientemente expressivos e elucidativos.
Por isso, não é aceitável que os Flavienses sejam menorizados.
Enquanto cidadão Flaviense, atento e interessado por tudo o que diz respeito a Cidade de Chaves, considero que o surgimento deste movimento pode e deve ser um momento de viragem na forma como os Cidadãos do nosso Concelho vão passar a intervir e a agir naquilo que afinal nos afecta a todos.
Inquérito de Rua
Trânsito na Ponte Romana – Sim ou Não?
Concorda que a Ponte Romana de Chaves seja encerrada ao trânsito automóvel?
«Sim dá muito jeito (para ir ao barbeiro cortar o cabelo e deixar o carro a porta). As pessoas em vez de virem pela “Ponte Nova” vem pela Ponte Romana, não é? Escusam de ir dar a volta a “Ponte de S. Roque”.»
«O presidente de Chaves disse que abria ao trânsito, então acreditamos nele e estamos a espera cabra.»
«Quando precisar-mos de ir a farmácia, como fazemos? Vamos a pé? Não pode ser.»
Os dirigentes da “ACISAT”, parece que acordaram da profunda letargia em que têm andado imersos.
Com o fim de “emitir um parecer sobre a utilização da Ponte Romana”, procederam nos últimos dias a um “INQUÉRITO” ao Comércio local.
Mas, estranhamente, até ao dia de hoje, ainda não apareceram para recolher os inquéritos distribuídos!
Este «Parecer» será (Comercial), não interessando para nada o estado de segurança do Monumento. A “ACISAT” não lhe interessa a Cultura.
Algum dia, tudo vai cair. Entretanto, cabe a todos nós, incluindo Autarquia e partidos políticos, utilizando os conhecimentos técnicos disponíveis, garantir para que o momento do colapso seja um evento distante, através de concepções, manutenções e opções adequadas.
Nesse dia a imprensa local noticiara, sob o sugestivo e irónico título - “Temporal derrubou a Ponte Romana”.
Será atribuído o colapso à esfarrapada desculpa da fatalidade da natureza como causa do trágico acontecimento. Os partidos declararão que “São Pedro” deve ser intimado, processado e preso pelo ocorrido. E lamentarão a impunidade.
É, foi culpa da natureza sim! Da natureza da falta de manutenção. Da natureza dos descasos; da natureza das irresponsabilidades, da natureza de como são aplicados os dinheiros públicos; da natureza do desleixo, da natureza dos políticos autárquicos, da natureza dos interesses económicos e político-partidários.
Há quanto tempo esta importante Ponte Romana está a espera da “corajosa” decisão de ser tornada “Pedonal”?
É uma importante decisão, que estou ciente, interpreta correctamente o sentimento da população Flaviense.
Duas notas finais, Sr. Presidente e Srs. deputados Municipais do bloco PSD/PCP, se é verdade que a esmagadora maioria dos Flavienses é a favor da “Pedonalização da Ponte Romana de Trajano”, não se entende que haja alguém que receie ouvir os Flavienses. De que é que têm medo?
Não tenham medo da voz do povo nem tenham a sobranceria de julgar que o povo não sabe pensar ou decidir, senão também penso que não sabem como foram eleitos.
Em Chaves a democracia participativa é uma brincadeira?
Os Flavienses precisam de saber em quem estarão a votar nas próximas eleições Autárquicas.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Sentir Chaves
O Partido Socialista de Chaves vai levar a cabo, a partir deste mês, uma iniciativa, a que deu o nome “Sentir Chaves”.
Terá como moderador, Luís Mendonça da Rádio Universidade.
Estarão presentes representantes da comunicação local e regional, (Paulo Chaves – A Voz de Chaves, Rui Castro Lopo – Noticias de Chaves e Margarida Luzio – Semanário Transmontano) assim como outros de cariz Nacional (Manuela Carneiro – SIC, Lígia Marta –TVI, José Vinha – Jornal de Noticias).
Apesar de ser uma iniciativa do PS de Chaves, os encontros serão realizados em “ambiente de total independência partidária” e, por isso, abertos à participação de todas as pessoas de qualquer quadrante político.
Os Flavienses terão a oportunidade de expressar a suas opiniões, expor os seus anseios, preocupações e angústias, no sentido de, posteriormente, poder ser “traduzido” esse “sentir” em propostas concretas e numa “Intervenção mais profícua”. Como o próprio nome o diz “Sentir Chaves”.
domingo, 6 de julho de 2008
Chaves perdeu um Ilustre Flaviense
Mário Gonçalves Carneiro nasceu a 7 de Dezembro de 1917, na Rua Direita, 104, freguesia de Santa Maria Maior, em Chaves.
Faleceu a 5 de Julho de 2008 na freguesia de Santa Maria Maior, Chaves.
O Seu funeral realiza-se, amanhã, dia 7 de Julho, ás 9 horas da Igreja Matriz para o Cemitério Municipal (Velho).
A sua devoção à causa das Termas de Chaves, valeu-lhe o reconhecimento da cidade e do País.
Foi autor de vários livros:
Como grande amante da sua terra, o Flaviense, Mário Gonçalves Carneiro, doou, no ano de 2004, o seu espólio pessoal ao Município de Chaves.
Espera-se que a Câmara Municipal de Chaves dei-a um condigno destino a este espólio e não esteja encerrado em qualquer armário, caixote ou na posse de um qualquer vereador (como consta na cidade).
Haveria tanto que dizer sobre a sua obra e dedicação á sua Aquae Flaviae. Mas… hoje não é o dia.
Subscrevo totalmente e faço meus, os vocábulos do testemunho escrito pelo Senador e Consultor da Presidência da Confederação Nacional do Comercio, no Brasil, José Bernardo Cabral, em 10 de Outubro de 2004.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMERCIO
Consultoria da Presidência
Declaração
Ou Depoimento sobre um Cavalheiro
«Mário Gonçalves Carneiro. Ou, como é conhecido mundo afora. Doutor Mário Carneiro.
Com ele convivo há muito anos. Dele guardo imagens que o tempo não consegue esmaecer. Uma delas é que sempre teve ele em mente de que a essência da civilização moderna, numa sociedade moderna, nada mais é do que a existência de pessoas livres com mentes livres, uma vez que para se efectuar a desejada mobilização da consciência político-social de um povo, não basta apelar para o seu patriotismo ou então para o seu interesse. Mas. sim – antes de mais nada – formular um ideário de combate em que ele possa acreditar. E, a partir daí, convocá-lo para que interprete, na realidade, por seus próprios meios, aquilo em que crê.
É que o Doutor Mário Carneiro, ao longo da sua vida, provou, às escâncaras, de que sociedade sem ideias de impulsão nem capacidade de acção e opção, é sociedade letárgica, mais vencida do que vencedora, já que a primeira condição de vitória de uma sociedade é a responsabilidade e esta se mede peia dignidade tanto das ideias como das acções.
O Doutor Mário Carneiro é um ser humano de quem se pode dizer que nasceu e vive para servir, e tem servido tanto, que se por abstracção o perdermos de vista ou se tentarmos da nossa memória, inclusive e sobretudo da nossa memoria como PORTUGAL, que desde o seu tempo, e por sua imorredoura influência profissional, jamais se afastou dos compromissos com a Medicina, muito ou quase tudo do que hoje existe nas Caldas de Chaves perderia o significado ou se tornaria totalmente incompreensível.»
Descansa em Paz, Amigo.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Moção
Freguesia da Madalena e Ponte Romana. Que futuro?
O mais curioso no meio disto tudo é que o PCP e o PSD votaram contra as 12 propostas apresentadas para revitalizar a Madalena, sem apresentarem qualquer alternativa ou contra-proposta.
Ficou evidente, logo a seguir, que o cerne da questão tem a ver com contas a ajustar a nível Nacional, seguindo a política de “Terra Queimada”, e as directivas do “camarada” Jerónimo de Sousa.
Foi tristemente caricato, presenciar, o servilismo de um partido que está cada vez mais de cócoras perante o PSD.
Pergunta-se, mais uma vez, aos representantes do PCP na Freguesia de Santa Maria o que tem a dizer sobre o assunto. Quais são as suas propostas? Quais os interesses que defendem?
Reproduzo, na integra a “Moção” do PS.
MOÇÃO
Freguesia da Madalena e Ponte Romana. Que futuro?
A Ponte Romana de Chaves considerada um dos ex-libris da cidade pelos seus mais de 1900 anos de história, e também pelo seu valor patrimonial, representa, na actualidade, um dos melhores legados romanos da antiga Aquae Flaviae. A Ponte Romana traduz por isso para a cidade e para o concelho Chaves, não só uma representação de simbolismo e identidade que normalmente o património dá aos territórios, mas também transformou-se, devido à massificação do turismo cultural, num produto turístico que vale para a economia do concelho muitas centenas de milhares de euros por ano.
O Partido Socialista de Chaves sempre apoiou e continuará a apoiar todas as intervenções que tenham a ver com a recuperação, reabilitação e revitalização do património histórico do concelho. No entanto é com alguma preocupação que acompanhamos a concretização das obras na ponte, as alterações de imagem e os materiais utilizados. Pensamos que não foi cabal e tecnicamente justificadas a opção de introduzir uma laje de granito com uma cor muito mais clara que o traço original apresentado pela ponte. Diz o ditado que os gostos não se discutem, mas pensamos nós, e sem fundamentalismos, que o respeito pelo valor histórico do património não foi devidamente respeitado.
Uma outra questão que tem preocupado o grupo municipal do Partido Socialista, e sobre a qual os vereadores do PS já tomaram posição em reunião do executivo tem a ver com a decisão de o Sr. Presidente da Câmara ter publicamente anunciado a intenção de reabrir a ponte ao trânsito. Para nós, Partido Socialista, esta decisão leva-nos a fazer algumas questões:
1. É verdade que na memória descritiva do projecto de reabilitação da ponte aquilo que está previsto é o fecho da ponte ao trânsito? Se é verdade, quem foi o autor da ideia de decidir que afinal a ponte não iria encerrar?
2. Porque é que se colocou um granito de cor clara, sabendo que a ideia do Sr. Presidente da Câmara seria de abrir a ponte ao trânsito automóvel?
3. Porque é que na última Assembleia Municipal, dia 30 de Abril de 2008, o Sr. Presidente da Câmara anunciou que, a decisão do executivo do PSD seria a de abrir a ponte ao trânsito automóvel das 8H00 às 20H00 durante os dias da semana e fecharia ao trânsito das 20H00 às 8H00, durante os dias de semana, todo o dia de Sábado, Domingos e Feriados e só passados 2 meses é que se lembra de pedir um parecer ao Ministério da Cultura para que sejam analisadas as questões de segurança?
4. Porque razão o Sr. Presidente da Câmara pediu um parecer ao Ministério da Cultura, quando a decisão política, quanto ao trânsito já tinha sido anunciada publicamente? Não seria mais sério ter pedido o parecer antes de ter anunciado a sua decisão e a decisão do executivo do PSD?
5. Queremos que o rio e a Ponte Romana sejam não um factor de divisão mas sim de união entre as duas margens, e neste sentido gostávamos também de saber qual a posição da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e da Junta de Freguesia da Madalena?
6. Tem-se falado bastante sobre a importância da ponte para o comércio da Madalena, e por isso é com bastante preocupação que, também estranhamos o silêncio do presidente da ACISAT. Para o Partido Socialista é uma enorme falha que uma instituição com a história da ACISAT não tenha dito uma única palavra sobre esta matéria.
7. Estranhamos de igual forma a postura do PCP. Sobre este assunto nem uma única palavra. O mais curioso é que este é um registo a que os flavienses já se acostumaram, quando se trata de tomar uma posição sobre matérias do domínio autárquico o PCP nunca tem opinião e responde sempre com perguntas ao PS.
Sr. Presidente da Assembleia, senhores deputados
O Partido Socialista já expôs publicamente, quer através do Presidente da Comissão Política, quer através dos vereadores, a sua posição quanto a esta matéria. Só por motivos de desatenção ou por tacticismo político se pode dizer, hoje, que o PS não tem posição sobre esta matéria.
Entendemos desde o início que o tema Ponte Romana é um assunto sério, delicado e que exige da parte do município uma posição clara, e por isso não percebemos o motivo pelo qual o Sr. Presidente da Câmara está a tentar esconder a cara atrás de um parecer do Ministério da Cultura.
Esta é, e o PS tem a consciência disso, uma decisão que não é pacífica. Existe, como sabemos, uma pluralidade de opiniões nos flavienses. Colocam-se em discussão, questões quanto ao valor patrimonial do património, questões de interesse turístico e comercial, questões de segurança rodoviária e pedonal, questões ambientais e de mobilidade urbana e até questões do foro pessoal. Sabemos, por estes factos, que a decisão a tomar nunca será pacífica e aceite por todos e por isso os vereadores do PS propuseram de forma pensada e séria a realização de um referendo concelhio, para que desta forma os flavienses se pudessem pronunciar de forma democrática sobre o futuro da Ponte Romana.
Sabemos que a ponte além da sua função de identificação simbólica dos flavienses com o passado, cumpre também outras, uma função política, ao favorecer a coesão social da comunidade flaviense e uma função económica. É aqui, nesta última função, que a opinião dos flavienses se divide. Não há dúvidas que o executivo do PSD andou mal, pois era conhecedor destas tensões existentes quanto à possibilidade de a ponte ter ou não ter trânsito e nada fez para que, antes da adjudicação da obra, tivesse obtido o “feedback” dos flavienses.
A responsabilidade e credibilidade dos partidos vê-se na forma como encaram os problemas. Para o PS a freguesia da Madalena está perante uma situação de imobilismo e retrocesso gerada pela completa inoperância da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal. Os comerciantes e residentes da Madalena, nos últimos oito anos, têm vindo a ser vítimas do abandono e da falta de actuação estratégica municipal e por isso independentemente da decisão a tomar sobre o futuro do trânsito e da forma como vai ser ela tomada, há um conjunto de medidas de apoio à freguesia da Madalena e à dinamização do seu Comércio, que devem ser discutidas e por isso as trazemos à consideração desta assembleia e as quais passo a descrever:
Que seja feito um estudo de caracterização física e socioeconómica do núcleo histórico urbano da Madalena;
Que sejam determinadas quais as áreas comerciais para as quais a Madalena está especialmente vocacionada, e que estas vocações comerciais sejam posteriormente alvo de dinamização;
Que o município faça uma sensibilização e que sejam dados apoios para que algumas actividades mais poluentes, que, visualmente geram uma imagem desconfortável e pouco atractiva para o comércio se possam deslocalizar para o parque empresarial, devendo surgir em seu lugar zonas comerciais mais dinâmicas e sedutoras.
Que seja tomadas medidas quanto à mobilidade no trânsito, medidas essas que deverão passar pela pedonalização de algumas ruas e alteração aos sentidos de trânsito de outras;
Que seja criada uma ligação junto ao rio entre o jardim público e a nova área verde a criar pelo Polis;
Que sejam criadas as condições para aumentar a oferta de estacionamento no núcleo histórico através da criação de um novo parque de estacionamento;
Que sejam tomadas medidas de benefícios fiscais ao nível dos impostos sobre o património (IMI e IMT), para que se possa promover uma maior reabilitação do edificado;
Que seja aumentado índice de arborização e sejam criadas novas zonas verdes no núcleo histórico;
Que seja realizada uma feira mensal intitulada “o Mercado desce à Madalena”, localizada no interior do terreiro da Madalena e dentro de uma ambiente de autenticidade serão expostos para venda produtos exclusivamente regionais. Dever-se-á homogeneizar as características dos expositores para que transmitam uma imagem cuidada e tradicional.
Que a autarquia promova a deslocalização e implantação de alguns serviços municipais na Madalena através da aquisição e reabilitação de um imóvel no núcleo histórico;
Que a Câmara de Chaves opte por iniciar já o processo de construção do centro escolar da Madalena;
Que a autarquia desenvolva junto dos CTT as diligências necessárias para que se possa abrir um posto de atendimento ao público.
Além destas medidas, que hoje aqui trazemos, os seus vereadores do PS já propuseram, há mais de um mês, outras medidas:
1. Elaboração de um estudo sobre a mobilidade urbana na cidade de Chaves;
2. Constituição de um grupo de trabalho para que seja feito um dossier de candidatura da Ponte Romana a património Mundial;
3. Colocação de sinalética turística intra urbana com indicação da localização da ponte romana;
4. Disponibilização de informação turística sobre a história da ponte e suas vicissitudes;
5. Criação de um circuito romano que envolva a ponte, as termas romanas e até outros monumentos de grande valor patrimonial.
Encerrar a ponte ao trânsito SIM, mas com a garantia que estas propostas de revitalização da Madalena sejam assumidas pela câmara municipal.
Por último, queremos transmitir a esta assembleia a nossa preocupação quanto à forma como a autarquia tratou o problema do trânsito na Ponte Romana. Não houve diálogo e seriedade, houve indecisão e falta de clareza. Esta posição de zigue-zague e de apenas falar em posições de princípio sem qualquer tipo de objectividade e clareza dividiu os flavienses. Depois de tudo o que já foi dito, oficial e oficiosamente pelo Sr. Presidente da Câmara, pelo silêncio dos restantes vereadores, da Junta de Freguesia da Madalena, da Junta de freguesia de Santa Maria Maior, do presidente da ACISAT e do PCP, o Partido Socialista de Chaves entende que a bem do respeito pelos cidadãos e do incentivo à participação cívica dos flavienses nas decisões autárquicas, deverá ser aprovada também por esta Assembleia Municipal a realização de um referendo concelhio, cuja pergunta deverá ser:
Concorda que a Ponte Romana de Chaves seja encerrada ao trânsito automóvel?
terça-feira, 24 de junho de 2008
Ponte Romana – que futuro?
A Ponte Romana de Trajano, um dos vestígios mais evidentes da civilização romana na cidade de Chaves e no país, esta a ser requalificada.
Para o efeito. a Câmara Municipal de Chaves abriu, por carta convite, concurso limitado (1) tendo como objecto a adjudicação da empreitada “Requalificação do Pavimento e das Infra-Estruturas da Ponte Romana – Chaves – Travessia da Conduta sob o Rio Tâmega na Ponte Romana”.
A “Carta de ICOMOS 2003” determina que «As obras de conservação e requalificação só devem ser entregues a pessoas competentes nessas actividades.» (1) Não me parece ter sido comprida esta formalidade.
O lançamento do concurso (limitado ou público), deveria ter sido de acordo com as normas internacionais e os instrumentos legais. De facto, uma intervenção num monumento classificado não é um processo linear.
Anote-se que não se tratava de uma simples empreitada de construção civil, mas sim de uma empreitada levada a cabo num monumento sobre o que deviam recair responsabilidades acrescidas, uma vez que é nosso dever preservá-lo e transmiti-lo a gerações futuras em perfeitas condições.
o Município de Chaves adjudicou às empresas “Sincof, Sociedade Industrial de Construções Flavienses, Lda.” e “Anteros Empreitadas, S.A”, a execução da referida empreitada, que contou com um pressuposto de 363.514,15 euros, devendo ficar concluída no fim deste mês de Junho.
As obras consistiram nos seguintes trabalhos: Retirada de uma conduta de água que, devido ao seu peso, estaria a pôr em causa a segurança da Ponte Romana; Alteração da rede de drenagem de águas pluviais, Pintura do gradeamento em ferro da ponte; Remodelação das redes eléctricas e telecomunicações.
As alterações realizadas, nomeadamente a nível do pavimento do tabuleiro, são favoráveis à sua total pedonalização, ao contrário do que acontecia até agora. O anterior pavimento (paralelepípedo) foi substituído por lajeado de granito claro de grão fino com corte industrial, com o desnível anteriormente existente entre os passeios e a faixa de rodagem a desaparecer. "É uma intervenção que facilitará a sua pedonalização", disse o arquitecto Malheiros.
A memória descritiva do projecto de requalificação da Ponte Romana prevê que após a conclusão das obras, a Ponte não voltaria a ser aberta ao tráfego automóvel.
No entanto, politicamente, pelo menos em termos temporais, a decisão de retirar definitivamente o trânsito do local ainda não está tomada.
Trânsito na Ponte Romana não vai a referendo
A maioria PSD da Câmara Municipal de Chaves não aprovou a proposta do PS para a realização de um referendo sobre o trânsito automóvel na Ponte Romana, agendada na última reunião de Câmara.
As circunstancias que tem envolvido o processo de Requalificação da Ponte Romana de Trajano traduzem um desafio á dignidade dos Flaviense que tem assistido á progressiva destruição do seu património.
O que tenho lido e escutado, estes dias, a favor da continuação do trânsito rodoviário na Ponte Romana de Trajano, são autênticas barbaridades. Que pouca formação cultural tem alguma gente desta cidade! È caso para dizer que há alguns “habitantes” de Chaves que tem “uma aduela a menos”.
Esta na hora de dar a minha opinião, que é a da maioria da população, autenticamente Flaviense, pois não sendo perito, compreendo um pouco de arte e arqueologia, por ser um mundo que me apaixona, para o que tenho certo olho crítico e ante o qual evidentemente me permito opinar com argumentos válidos e contrastados além de um pouco de sã informação, sem qualquer interesse partidário, eleitoral ou comercial.
A palavra «Requalificação» no contexto deste trabalho será tratada como “re-qualificação”, no sentido de dar ênfase ao prefixo “Re” que significa “de novo” e, também, ao verbo “qualificar” no sentido de ser uma acção que enobrece e classifica a obra como única e com isso instaura um significado.
Falar em Requalificação implica admitir que os monumentos deixaram de estar preparadas para alguma coisa (trânsito rodoviário), que houve desvio de alguma finalidade.
Estudo Técnico. (2)
Intervenções e Anomalias Observadas
A ponte Romana de Trajano, foi construída, há mais de 19 séculos, para suportar determinadas finalidades e suporte de pesos.
Desde então tem vindo a suportar, alem das inclemências do tempo, os danos causados pelos homens.
Entre eles conta-se o peso extra dos prédios que foram construídos em cima dos seus arcos, o peso do alargamento do seu tabuleiro e, sobre tudo, o peso do trânsito rodoviário e, actualmente, a eliminação do desnível anteriormente existente entre os passeios e a faixa de rodagem.
Em 1980 / 1982 a Câmara Municipal de Chaves (Manuel Branco Teixeira) sem conhecimento do IPPC e da DGEMN; IPPAR, procedeu ao desassoreamento, do rio e remoção do lajeado assente junto aos quebra-rios.
A realização das escavações junto aos arcos da ponte conduziu à descompressão do terreno e ao descalçar das fundações.
O resultado foi desastroso para o monumento romano pois optaram por colocar cimento para reforço dos pilares.
O director regional IPPAR classificou como “muito grave” a “reparação” com cimento da Ponte Romana de Trajano.
O revestimento das sapatas com cimento, é o maior veneno do património. É um processo irreversível. Aliás, em contacto com a humidade forma um ácido que ataca a pedra.
Segundo aquele responsável, devia ter sido usado “o mesmo tipo de cimento que era fabricado pelos romanos”, mantendo os materiais ancestrais.
Os técnicos (empreiteiros) envolvidos nestes trabalhos continuam a agir sem sentido de responsabilidade e qualificações para este tipo de obras.
Pequenos espeques ou esteios de carvalho, enterrados junto aos alicerces dos dois arcos junto ao bairro da Madalena, são possíveis testemunhos das obras efectuadas de 1788.
Diz a CARTA DE ICOMOS 2003 nos seus princípios e Critérios gerais:
- « É essencial ter informação sobre a estrutura, nos seus estados original e primitivo, sobre as técnicas que foram usadas na construção e nas alterações, e sobre os seus efeitos, sobre os fenómenos que possam ter ocorrido e, finalmente, sobre o seu estado presente.»
- «Quando é proposta uma qualquer alteração do uso ou das funções, devem ser cuidadosamente tidos em consideração todos os requisitos e condições de segurança»;
- «Devem ser plenamente estabelecidas as características dos materiais usados nos trabalhos de restauro (em particular dos materiais novos) e a sua compatibilidade com os materiais existentes. Isto deve incluir os impactos a longo prazo para que sejam evitados os indesejáveis efeitos colaterais».
2008 – Requalificação do pavimento da Ponte
Não existiu uma campanha de prospecção organizada, as informações que recolhi resultaram da observação das escavações levadas a cabo para a remoção das condutas de agua para o bairro da Madalena, a colocação das condutas de aguas das casas assentes na ponte, e de uma vala de colocação das tubagens de comunicações, iluminação e aguas pluviais junto à face interior das aduelas dos arcos da ponte.
A Ponte apresenta um conjunto de anomalias estruturais e não estruturais das quais se abordaram apenas as primeiras.
Essencialmente, o aspecto que justificava maior preocupação relaciona-se com a fragilização das aduelas, que fecham os arcos, com destruição ou danificação de pedras que indiciam a rotura estrutural das alvenarias constituintes e a ocorrência de movimentos de deformação muito significativos. daí resultando que este aspecto seria essencial para o conjunto de acções que deveriam ter sido empreendidas, para restituir a esta parte dos arcos da Ponte a integridade estrutural necessária de forma a resistir com segurança a fenómenos correntes e extraordinários e ao peso extra dos prédios que foram construídos em cima dos seus arcos, e das alterações levadas a cabo com a "Requalificação".
As “Abóbadas” dos Arcos da Ponte de Trajano estão seriamente danificadas.
Em primeiro lugar a espessura inconstante em toda a abóbada e nas aduelas interiores reduziram a espessura e rigidez da estrutura.
Já em 1721, Tomé de Távora e Abreu tinha advertido que as «Abóbadas dos arcos da ponte estavam em ruína».
A desaparição de muitas Pontes Romanos foi devida maioritariamente ao colapso das suas abóbadas por um incorrecto desenho ou por não suportar as cargas actuantes.
Não foram aproveitadas as obras de requalificação para executar as pertinentes obras de Consolidação e Restauro.
Um dos principais objectivos da «Requalificação» teve como finalidade aliviar o peso que a estrutura da ponte estava a suportar (retirada da conduta de água) e que estaria “a pôr em causa a segurança da Ponte Romana”.
Para elevar o pavimento da calçada teve que se preencher o espaço necessário, (12 a 14 centímetros) com “Brita” e “Cimento”.
Os materiais e técnicas empregues na requalificação do Tabuleiro da Ponte de Trajano não foram os mais adequados.
CARTA DE ICOMOS 2003 - «As alterações, e principalmente os aumentos das cargas, são origens de esforços aumentados e, por isso, de danos na estrutura.»
Estas alterações na estrutura, também podem ser uma causa de danos estruturais e perigo de colapso ao resultarem em esmagamento, ruína, fragilidade, etc. Estas situações são particularmente perigosas porque acontecem habitualmente com pequenas deformações e com poucos sinais visíveis.
Aplicando a análises aos arcos romanos, cuja estabilidade se estabelece em função de um coeficiente de segurança definido como o cociente entre a espessura real e o estritamente necessário para suportar em equilíbrio as cargas mortas e a situação de uma sobrecarga pontual conhecida aplicada, as sobrecargas aplicadas actualmente a Ponte Romana, são muito superiores as habituais da época da sua construção.
Outra das críticas da «Requalificação» tem vindo da mudança do material do pavimento da calçada da ponte, pois o granito de grão fino cortado de una maneira denominada "industrial" tem sido reprovado quase de forma unânime, ainda que a decisão de o utilizar obedeceu a que responde ao uso pedonal a que esta(va) destinado.
O actual piso da ponte é Romano? Alguém deveria dar-lhes umas pequenas noções das características da arquitectura romana a estes "modernistas" da política.
O futuro da ponte romana está a gerar uma grande discussão e mobilização da sociedade pública, tendo levado à criação de várias iniciativas cívicas, a favor da pedonalização da Ponte Romana de Trajano.
Na “Internet” foi, inclusivamente, criado uma Plataforma de voto. Ao final da tarde de ontem, já tinham votado 4.487 pessoas, a grande maioria contra o trânsito (3.645).
O “Semanário Transmontano” na sua edição na “Net” disponibilizou dois “Inquéritos” para sondar a opinião pública.
Essa lição da força dos monumentos e dos valores a eles inerentes criou-a Alexandre Herculano nos anos dramáticos do Setembrismo, quando resolveu romper as amarras do mercantilismo burguês, numa das primeiras acções populares em prol do património cultural do nosso país.
Não sabemos o que vai ser feito com a nossa Ponte Romana, não sabemos se vai continuar a ser permitido o trânsito rodoviário se vamos permitir apenas o seu uso pedonal ou, se mais comodamente, fingimos que a ponte Romana não existe na cidade do Chaves.