segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ponte Romana

Depois de XIX Séculos, finalmente pedonal?

Breve sinopse Histórica

Ano de 102 – 104
Conclusão da construção da “Ponte de Trajano” pelos Aquiflavienses, à sua própria custa em granito de grão médio (da região).

Século 16
Cheia destruiu parcialmente a Ponte Romana, procedendo-se depois à sua reconstrução.
Os dois arcos do lado da Freguesia da Madalena foram reconstruídos com uma largura diferente substituindo, segundo parece, a três arcos originais.

Ano de 1880
Substituição do pavimento lajeado e das guardas de granito pelas actuais grades de ferro, como nos indica uma inscrição que se encontra na ponte nos apoios semicilíndricos dos Padrões.

Ano de 1910
Declarada Monumento Nacional. MN, Dec. nº 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910 e Dec. nº 28 536, DG 66 de 22 Março 1938

Julho de 1942
Os Flavienses pedem a reconstituição original da sua Ponte Romana.
Na informação enviada poderia ler-se:
Ponte Romana sobre o Tâmega, denominada “Ponte de Trajano”, classificada de Monumento Nacional – merece condigno restauro das guardas, pavimento e áreas, por ser indubitavelmente a maior das obras de arte da via militar romana”.
A célebre ponte de Chaves, é um dos monumentos mais grandiosos do domínio imperial na Península. Era talvez a mais imponente obra de arte que existia no velho trajecto de Braga a Astorga. De construção fortíssima, com os seus bem lançados arcos, de aduelas rústicas, onde ainda hoje se vêem os orifícios para o engate dos ganchos da forfex, dano algum tem causado á sua vida milenária as cheias impetuosas do Tâmega. Pena é que em compensação, nos seus 18 séculos de existência, tantos danos lhe tenham causado os homens!

Todavia, a sua reconstituição não seria difícil: bastaria desentaipar-lhe os arcos obstruídos, repor a pavimentação das grandes pedras do seu leito, actualmente com paralelepípedos, destruir os passeios de cimento com que a alargaram, substituir as inestéticas guardas de ferro pelas antigas guardas de pedra, e reconstruir três corta-mares que lhe destruíram para colocarem no seu lugar outros tantos apoios semicilíndricos, que sustentam candeeiros de iluminação publica”.


Na resposta dada (um ano depois) a 25 de Julho de 1943, pelo Ministério das Obras Publicas e Comunicações, o parecer dizia que não seria possível admitir a destruição do paredão e aterro feito, há poucos anos, pela Junta Autónoma de Hidráulica Agrícola e que veio reduzir o majestoso conjunto dos 12 arcos para 8.
Resta apenas a questão das guardas da ponte e do pavimento de paralelepípedos que a junta Autónoma de Estradas lhe colocou.
Mas para substituir as actuais grades de ferro por outras de cantaria, numa provável reconstrução das primitivas, era necessário reduzir a largura da ponte o que, dado o facto de esta ser a única ligação existente entre as duas margens do Tâmega, não tem possibilidades de realização por impedir a passagem de transportes pesados
.
Quanto ao pavimento e devido ao grande trânsito, considera esta Secção inútil a substituição dos paralelepípedos por lajeado de cantaria.
Seria uma despesa sem proveito nem vantagens de qualquer espécie"
.

Recordar, que nesta altura não havia “Fundos Comunitários” e a Europa encontrava-se mergulhada na 2.ª Guerra Mundial.

Ano de 1959
Chaves continuava a ambicionar ver a sua ponte “Desobstruída e Restituída à sua Beleza Original”. Pediu-se então:
A Urbanização do Largo do Tabolado e Alameda do RioRegularização do Rio Tâmega em frente da cidadeValorização da ponte romana.

Maio de 1977
Nuno Gil Pires, o então Presidente da Câmara Municipal de Chaves, solicitou ao Ministério das Obras Publicas, apoio técnico e financeiro para “a restituição da Ponte Romana à fisionomia primitiva”. Seria uma significativa homenagem que poderia ser prestada à cidade nas comemorações do XIX centenário do Município Flaviense que se celebravam no ano de 1978.


O arquitecto Director da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, considerou “não ser possível a realização do plano solicitado pela Câmara a não ser a modificação do sistema de iluminação que sem duvida era incaracterístico e prejudicava o aspecto do imóvel”.

1981 – 1982
Obras de consolidação das bases dos quebra-rios e remoção do lajeado assente junto aos quebra-rios, pela Câmara Municipal de Chaves sem conhecimento do IPPC e da DGEMN; IPPAR.


1997 – 1998
A ponte urbana de S. Roque, projecto financiado pela Comunidade Europeia, foi Construída para possibilitar cessar o trânsito automóvel da Ponte Romana.

Fevereiro e Março de 1999
Alexandre Chaves, presidente da Câmara Municipal, promoveu a apresentação pública de sete projectos para a reabilitação arquitectónica e paisagística do Centro Histórico de Chaves. No conjunto desses projectos urbanísticos estava incluída a reabilitação da Ponte Romana.
As apostas do Município avançavam no sentido da pedonalização entre as zonas do Largo das Freiras, Rua de Santo António, Rua da Ponte e Ponte de Trajano, o que seria feito por fazes e acompanhado de parques de estacionamento alternativos a moradores, comercio e serviços.

Ano de 2001
Altamiro Claro, presidente da Câmara Municipal de Chaves conseguiu ver aprovado o Programa Polis. As obras previstas, com início no princípio de 2002, seriam realizadas nos próximos 4 anos.
A Ponte Romana, inserida no projecto de requalificação urbana do Largo do Arrabalde e do Centro da Madalena, teria um pavimento contínuo, sem desníveis nem lancis, todo em granito da região de grão médio, estando prevista a sua pedonalização.


Ano de 2008
Finalmente, no mês de Março, com seis anos de atraso da data do início das Obras (2002), a Ponte Romana de Trajano começou a ser parcialmente Requalificada – substituição dos paralelepípedos por lajeado de granito de grão fino (de Vila Pouca de Aguiar).

Mas… será desta que a Ponte Romana de Trajano com 19 séculos de serviço, “terá direito á reforma” e se transformará numa ponte pedonal?
Ou devido a coacções politicas dos “mentores” da Madalena continuará aberta ao Transito?

Nesse caso estaria actual a resposta dada a 25 de Julho de 1943, pelo Ministério das Obras Publicas e Comunicações.
Seria uma despesa sem proveito nem vantagens de qualquer espécie”, os 363.514,15 Euros gastos na Obra.

Os Flavienses considerariam, neste caso, inútil a substituição dos paralelepípedos por lajeado de cantaria.

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